20100113

UM MONOLOGO ADIALOGADO

EU, encontro-me numa qualquer divisão da casa a falar para as paredes ouvirem. Parece que ao falar alto faz com que não me sinta tão sozinha, posso até nem estar mas inconscientemente penso que sim querendo abstrair-me de tal pensamento. Vou eu e comento as minhas parvas palavras, como se eu não falasse sozinha também. A mim junto-me eu a encorajar-me nas provocações que me estou a fazer. Eu seria tipo aqueles gajos que se acham os maiores e passam a vida a mandar bocas foleiras, sabes ? De um monologo nasce um diálogo. Entro também eu em conversa, apenas concordando comigo, suficientemente sensata para não entrar no clima das provocações, apenas me estou a querer integrar. Mas, para animar a treta de paleio existente, só falto mesmo eu. Imponho-me discordando plenamente comigo, barafustando para o ar, chamando a voz da razão e a justiça ponho-me a olhar-me com um certo receio. Saio da divisão. Afinal eu somos cinco. Eu só conheço duas.

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